Carro dos sonhos: O carro de um milhão de dólares
A Aston Martin, sem falsa modéstia, usa o termo “supercarro definitivo” para seu primeiro modelo com propulsão híbrida e que promete mais de mil cavalos de potência
Trem de força híbrido. No cenário de incertezas quanto ao futuro dos sistemas de propulsão automotiva, essa é a aposta da Aston Martin com o Valhalla. A montadora já havia anunciado o modelo anos atrás como um conceito, e informou em dezembro último que a entrega do lote inicial das 999 unidades previstas (a produção será limitada) vai começar no segundo semestre de 2025.
A empresa destaca que o veículo é pioneiro para ela em vários sentidos: é o seu primeiro supercarro com motor central de produção em série e o primeiro híbrido plug-in. Para quem não está familiarizado, híbridos plug-in têm motor a combustão, motor elétrico e uma bateria que pode ser recarregada por uma fonte externa de eletricidade. É diferente dos híbridos convencionais, nos quais a bateria é menor e recebe pequenas cargas apenas através do movimento do veículo.
Outra aposta ousada é seguir com um motor V8, já que muitas empresas estão adotando sistemas híbridos com motores menores e mais econômicos. Segundo a fábrica, é um “biturbo de 4 litros feito sob medida (o motor V8 de maior desempenho já instalado em um Aston Martin)” e o primeiro a usar a nova transmissão de dupla embreagem e 8 velocidades, que incorpora um motor elétrico e o E-diff. Abreviatura para “Electronic Rear Differential”, esse sistema da Aston Martin é integrado ao controle de estabilidade (ESP). Ele gerencia a força sobre as rodas traseiras, regulando a tração de acordo com a necessidade. Pode passar de totalmente aberto para totalmente bloqueado em milissegundos.
Em relação ao design, o supercarro vem de uma colaboração com a Aston Martin Performance Technologies (AMPT) – o braço de consultoria da equipe de Formula 1 da empresa. Um dos resultados desse trabalho é uma aerodinâmica ativa que gera mais de 600 kg de downforce na faixa de velocidade de 240 a 350 km/h. A asa dianteira muda de posição, de acordo com os movimentos do carro e o fluxo do ar. E durante a frenagem, a asa traseira pode ser acionada como um freio a ar, trabalhando em conjunto com a asa dianteira para alterar o equilíbrio da pressão e garantir estabilidade.
Em relação ao sistema propulsor, o trem de força híbrido tem 1.079 cavalos de potência e 1.100 Nm de torque, combinando o motor V8 biturbo de 4 litros e 828 cv com três motores elétricos que somam 251 cv. As metas de desempenho incluem aceleração de 0 a 100 km/h (62 mph) em 2,5 segundos e velocidade máxima limitada eletronicamente a 350 km/h.
São quatro modos de condução: Sport, “Pure EV”, “Sport+” e “Race”. Cada um tem configurações para trem de força, suspensão, aerodinâmica ativa e calibração de direção. No modo EV puro, a tração é feita apenas pelos motores do eixo dianteiro, com autonomia de 14 quilômetros e velocidade máxima limitada a 140 km/h. O modo Sport aciona também o motor V8. Já no Sport +, o desempenho é maximizado para estrada aberta, onde é possível alcançar maiores velocidades. O modo Race, por fim, leva à performance de um bólido de competição.
Para concluir, no cockpit tecnologia e conforto também não são escassos no Valhalla. O sistema HMI da Aston Martin inclui tela central sensível ao toque com visualizador para vários dados de desempenho, distribuição de energia, potência elétrica e regeneração. O interior pode ser personalizado em contato direto com designers e artesãos e pode abranger tudo, desde pequenos detalhes estéticos até a produção de componentes únicos.
O preço para esse sonho (ou delírio, como queiram) é mais ou menos proporcional ao que ele oferece em termos de tecnologias de vanguarda e o que promete em relação ao desempenho: 1 milhão de dólares. Para calcular o preço no nosso combalido real, basta multiplicar por 6.