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Carro dos sonhos: Rompendo tradição

Carro dos sonhos: Rompendo tradição

Com seu design inovador, para a Aston Martin, e motorização híbrida, o supercarro Valhalla representa um passo importante da empresa rumo ao futuro

País muito afeito a valores e costumes que atravessam os séculos, a Inglaterra influenciou um certo conservadorismo na Aston Martin, lendária fábrica de supercarros que desde o início do século passado encanta o mundo com seus modelos. E como não podia deixar de ser, mesmo evoluindo tecnologicamente, os veículos tinham um desenho mais ou menos tradicional, com generosos e potentes motores ocupando boa parte da parte dianteira.
Pois bem, o Valhalla, híbrido apresentado no fim de 2023 e que chegou ao mercado no primeiro trimestre deste ano, veio para mexer até nessa tradição secular da fábrica britânica. Ele é o primeiro supercarro produzido em série pela Aston Martin que vem com motor central. Para quem não sabe a diferença, o sistema de propulsão, nesse tipo de modelo, fica logo atrás dos bancos e ocupa boa parte da carroceria, começando mais ou menos no centro e terminando na traseira.
Sabe que veículos vêm com essa configuração? Os bólidos de marcas como Ferrari, Lamborghini e McLaren. Além deles, os carros de Fórmula 1 têm essa característica. E é precisamente da mais importante competição automobilística do mundo que vem o DNA do Valhalla. “Metodologias, conhecimentos e tecnologias comprovadas em corridas pela equipe Aston Martin Aramco Cognizant Formula One (AMF1) estão sendo adotadas para intensificar o desenvolvimento de modelos futuros”, diz a fábrica.
O uso de simuladores, por exemplo, essencial para o design dos carros da Aston Martin na Fórmula 1, foi uma tecnologia empregada no desenvolvimento do Valhalla. Segundo a empresa, “90% das características dinâmicas e da configuração do veículo foram concluídas no simulador”. Além disso, as habilidades e o conhecimento de pilotos como Lance Stroll e Fernando Alonso entraram para testar os extremos de desempenho do modelo.
Nos estudos de aerodinâmica, técnicos da Aston Martin Performance Technologies (AMPT), consultoria para modelos de corrida da marca britânica, trabalharam em conjunto com os profissionais especializados em veículos feitos para uso nas ruas. Os elementos e o formato da carroceria foram projetados para gerar força descendente (gerada pela diferença de pressão entre as partes superiores e inferiores do veículo para aumentar a aderência dos pneus) e minimizar o arrasto (força de resistência ao movimento)
Na motorização, como não podia deixar de ser nesses tempos de pressão ambientalista, o supercarro combina um propulsor V8 biturbo que funciona em conjunto com três elétricos. O resultado é um trem de força com tração integral e 1.012 cavalos de potência. Esse patamar de potência, vale ressaltar, é o mesmo de um Fórmula 1 e, como podemos ver, isso passa longe de ser uma coincidência.
O sistema funciona com dois motores elétricos no eixo dianteiro que permitem tração nas quatro rodas e controle independente do torque aplicado nas rodas dianteiras. Segundo a fábrica, esse controle independente se chama vetorização de torque e permite mais segurança nas curvas, com resposta mais ágil, maior aderência e melhor força de tração na saída. O terceiro motor elétrico fornece potência adicional às rodas traseiras.
No interior, a proposta é minimalista, porque a prioridade do projeto foi o conforto e a posição de boa dirigibilidade do motorista. Ele inclui características como bom espaço para as pernas, bancos de couro preto em dois tons e um sistema HMI – Human Machine Interface, que permite a comunicação com o veículo através de tela sensível ao toque e por fala.
E para finalizar, o preço da nova “criança” da Aston Martin. Não achamos o valor mostrado de forma explícita pela fábrica, mas na internet encontramos estimativas. A maior delas girava em torno de 800 mil dólares (aproximadamente R$ 4 milhões). Mas também houve quem dissesse que o modelo pode custar até mais de 3 milhões de dólares. De todo jeito, seja qual for o valor real, não fica a dúvida de que o Valhalla merece estar em nossa galeria de carros dos sonhos.