Ford Mustang: Modernidade e história
Tradicional em relação a uso de um motor V8 a combustão, o Mustang está antenado nos novos tempos com recursos tecnológicos que a Ford faz questão de destacar
Se tem uma coisa que é bastante ilustrativa do antigo poderio da indústria automotiva norte-americana são os chamados “muscle cars”. Com motor potente (geralmente um V8) e sem muita preocupação com consumo de combustível ou poluição ambiental, eles ilustraram muitos filmes, sempre em cenas de alta velocidade. Que o digam os fãs da série “Velozes e furiosos”.
Como são outros os tempos, no entanto, as montadoras, pressionadas pelos consumidores que buscam automóveis menos poluentes e mais econômicos e de olho na força das concorrentes asiáticas, estão começando a mudar o foco. O Chevrolet Camaro, outro ícone da categoria de muscle cars, foi descontinuado. O Dodge Challenger teve o mesmo destino. As empresas estão deixando claro que a meta, agora, é apostar em modelos híbridos com motores a combustão menos potentes ou nos 100% elétricos.
Dito isso, a sétima geração do Ford Mustang é uma espécie de ousadia. Além de não falar em fim de produção, a montadora destaca, em um texto sobre destaques tecnológicos da versão GT Performance, que ele traz “o som borbulhante do motor V8 e outros atributos tradicionais que os fãs de performance aprenderam a admirar no ícone ao longo dos seus 60 anos de história”.
A empresa destaca, no entanto, que o modelo é um muscle car tradicional, porque traz o enorme motor V8, mas está antenado com a tecnologia em outros quesitos. Um deles pode ser bem útil no Brasil, país em que a qualidade das estradas e ruas não é exatamente um padrão de excelência. “A maioria dos carros de performance foi feita para rodar no asfalto liso e um buraco pode estragar o passeio”, diz a Ford.
Por isso, seu carro tem um sistema de detecção automática de buracos que monitora uma série de parâmetros de suspensão, direção e freios para identificar se o carro está prestes a cair em um desnível. Os sensores realizam 1.000 leituras por segundo, de acordo com a montadora, para detectar a presença de um buraco na pista, e enviam sinais aos amortecedores. Estes, por sua vez, usam o sistema MagneRide, no qual micropartículas de ferro reagem a um campo magnético formado a partir das informações enviadas pelos sensores. Com isso, o óleo dentro do amortecedor pode adotar diferentes viscosidades, de acordo com a necessidade detectada para absorver o impacto.
Outro recurso destacado pela montadora é o freio de estacionamento eletrônico Drift Brake. Ele é dedicado a uma das manobras mais caras aos aficionados por muscle cars, que é o rodopio do carro queimando borracha nos pneus traseiros. A alavanca do freio de mão de boa parte dos modelos do mercado ainda é mecânica, com um cabo que vai até as rodas. No Mustang, ela imita as tradicionais, mas na verdade é ligada a sensores que retransmitem as informações para módulos eletrônicos nos freios traseiros. Esses módulos ajustam a força nas rodas para induzir a um escorregamento.
Por fim, um sistema que também é relacionado à tradição, no universo desse tipo de carro, é o Remote Rev. “Ele permite que você acelere o Mustang GT Performance de fora do carro, por meio de um comando na chave. Pode parecer algo supérfluo, mas para quem curte o ronco poderoso do motor V8 isso significa pura diversão e acaba sendo um dos recursos mais usados dessa lista”, conclui a montadora. Aos interessados (e que podem bancar) nesse “brinquedo”, o preço sugerido é R$ 529 mil.